sábado, outubro 03, 2009

A Gamela - Parte I

No rescaldo das eleições legislativas em Portugal, o país depara-se com uma das maiores dúvidas desde o 25 de Abril de 1974: Será o país capaz de sobreviver a mais quatro anos de uma legislatura desastrosa como aquela que o Eng. Sócrates nos proporcionou?

O aumento do desemprego, o aumento da insegurança, a péssima (ou nula!) política na agricultura e nas pescas, o desatino com o Ensino e os Professores, as incoerentes e insustentáveis políticas sociais, a inexplicável política de Saúde, os casos BPN e BPP...entre outros.

As políticas fracassadas deste Governo levaram a que hoje se presencie, além da uma crise de dimensão europeia e mesmo mundial, uma crise nacional, anterior a esta de maior abrangência, que o Governo se nega a admitir. A maior prova disso é o facto de o desemprego estar já em constante escalada percentual muito antes ainda de se anunciar uma crise europeia ou mundial.

O País está, hoje mais do que nunca, e parafraseando o Dr. Durão Barroso, "de tanga", e os portugueses parecem não querer acordar. Mais quatro anos de Engenheiro Sócrates, ainda que sem maioria - porque o verdadeiro vencedor das eleições não foi o Partido Socialista, ao contrário do que querem fazer parecer, com frases como "vitória estrondosa" ou "vitória clara e esmagadora" - não me parecem ser a solução para os problemas do país. Aqueles que até hoje implementaram políticas fracassadas e incompetentes, continuarão a acreditar que essas são as soluções a adoptar, ainda que esteja à vista de todos que não resultam! O pior cego é aquele que não quer ver.

O Partido Socialista habituou-nos, desde há vários anos, a políticas e atitudes arrogantes, a ver os Governantes num "patamar superior", sem interacção com o Povo nem compreensão da realidade e/ou suas necessidades.

A prova mais evidente do que acabo de proferir, prende-se com as chocantes declarações da Dra. Elisa Ferreira, candidata socialista à Câmara Municipal do Porto, referindo-se ao facto de, em caso de vitória, uma putativa vitória, estar disposta a abandonar o Parlamento Europeu, para onde foi eleita no último acto eleitoral destinado ao efeito.

E fê-lo do seguinte modo:

É uma grande vantagem ter alguém que não vem para a câmara porque quer protagonismo ou porque quer uma gamela. Eu perco uma gamela para vir para o Porto por amor à cidade”, referiu Elisa Ferreira, em declarações aos jornalistas.

É extraordinário ouvir estas declarações da boca de uma figura influente no Partido Socialista e consequentemente, nos Governantes da nossa Nação, de uma candidata a Presidente de uma das Câmaras Municipais mais importantes do país.

Elisa Ferreira considera que o Parlamento Europeu, para o qual foi eleita há apenas 3 meses, é uma "gamela". Isto diz tudo sobre o estado de espírito e o modo de estar na política desta deputada europeia do Partido Socialista. A Dra. Elisa move-se por interesses pessoais, tal como os responsáveis do Partido Socialista que a propuseram para o cargo, desprezando completamente os interesses de todos os portugueses, principalmente daqueles que nela acreditaram e que agora se sentirão, com certeza, arrependidos pelo seu sentido de voto.

A Dra. Elisa deve saber que aquilo que para ela é uma "gamela", para outros é um trabalho sério, competente, dinâmico e livre de interesses pessoais, metas e objectivos com os quais os candidatos criaram uma "ligação" durante a campanha eleitoral para as eleições para o Parlamento Europeu, fazendo deles uma bandeira e transmitindo aos portugueses a confiança que, neste tempo de crise, todos necessitavam e necessitam. É portanto uma desilusão para os portugueses saber que um dos seus representantes em tão soberano órgão é considerado uma "gamela".

Pena é que nem nas suas "gamelas" a Dra. Elisa Ferreira consiga estar a 100%.

Resta saber se, em caso de vitória nas Eleições Autárquicas para a Câmara Municipal do Porto, aparecendo um "outro amor", ela abandonará a sua "nova gamela" para se dirigir para outro qualquer devaneio, tal como uma criança que faz birra quando vê uma outra criança com um brinquedo que ela ainda não tem.

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