terça-feira, junho 23, 2009



I FIHT - Noite mágica no Theatro Circo de Braga



Decorreu no passado dia 13 de Junho pelas 21 horas no Theatro Circo de Braga o I Festival Internacional Henriquino de Tunas. Foi, sem mais, uma noite mágica!


A Tuna Académica do Externato Infante D. Henrique traçou metas e delineou objectivos: fazer da comemoração dos seus vinte anos um evento inesquecível. Memorável. E assim foi!
Tudo começou na Sexta feira com a recepção a nuestros hermanos: Tuna de la Universidad de Leon. A sua boa disposição, humildade e simpatia cativaram desde logo a nossa atenção e hospitalidade. A estes juntaram-se os nossos Padrinhos, Tuna Universitária do Minho, com quem, feliz e orgulhosamente, temos vindo a estreitar relações, esperando ainda mais e melhores colaborações entre ambas as Tunas. Durante a noite de sexta feira, estas três Tunas passearam-se pelas ruas e esplanadas de Braga, prendendo a atenção dos que nelas se encontravam e espalhando um perfume das suas músicas, daquilo que se passaria no dia seguinte no Theatro Circo.
No sábado, de manhã, enquanto continuavam os preparativos, receberam-se as restantes Tunas: a alegria contagiante da atiTUNA, a boa disposição da Tuna Académica da Universidade de Évora e da Tuna de Medicina do Porto e a cordialidade da Tuna da Universidade Portucalense juntaram-se ao ambiente que transitava de sexta feira, criado pelas três Tunas (incluindo a nossa) que já se haviam integrado nas lides festivalescas.

Durante a tarde proporcionaram-se momentos de grande convívio e boa disposição entre os elementos de todas as Tunas, num churrasco (porco no espeto) no Largo do Paço até que as Tunas partiram num “mini passa calles”. Oferecendo às gentes de Braga (e quantas!!) momentos de lazer e diversão, as Tunas foram tocando várias músicas, partindo da Rua do Souto, passando pelo Chafariz e, por fim, Theatro Circo.


E só aí todos se começaram a aperceber da grandeza do Festival. 16h30m. Sim. Esta era a hora de começar o check sound e de apresentar às Tunas o Theatro Circo. As Tunas entravam em palco, cada uma na sua vez, para fazer o check sound na magnífica sala do Theatro Circo que, mesmo sem espectadores, se mostrava “assustadora”. Prova disso eram os nervos que alguns elementos apresentavam em cima do palco durante esses momentos.
Aí sim, começaram os nervos a crescer.

Os jograis reuniam-se, sem palavras, contemplando a beleza e monstruosidade daquela sala. Olhávamos uns para os outros, sem palavras. Porque não era preciso falar. Porque todos sabíamos o que os outros estavam a pensar. E porque partilhávamos esses pensamentos!


Era hora de jantar.


As Tunas concentravam-se no restaurante para, à pressa, fazer uma última refeição antes do espectáculo. Os elementos do Júri começavam a chegar. Apareciam também os primeiros amigos e familiares. Os primeiros espectadores. A tensão aumentava. (N.R. : à medida que escrevo este texto sinto-me lá, naquele local, naquela hora. Que não mais vou conseguir esquecer. Vivo as emoções como se lá estivesse novamente, no mesmo estado de nervos e ansiedade que naquele dia mal me deixaram falar com amigos, namorada e familiares antes de espectáculo começar!).

“Já não há bilhetes, o Theatro Circo está lotado”, ouvia-se à porta da bilheteira. Aumentava a responsabilidade e, consequentemente, o nervosismo. Contudo, sem razão! Havíamos feito tudo o que estava ao nosso alcance para proporcionar um belo espectáculo. Agora, pouco havia a fazer.


O espectáculo iria começar!


A azáfama nos bastidores do Theatro Circo era inimaginável! Começara a correria (imensa!) até estarmos alinhados em palco para tocar. A cortina sobe. Os nervos desapareceram! Por fim iríamos fazer aquilo que sabemos e que gostamos de fazer: tocar!!
E que bom foi ouvir e sentir o carinho de um público que nos diz tanto! Obrigado!!

Após a nossa primeira música, recolhemos aos camarins (a Tuna para o um e os Jograis para outro), antecipando aquele que seria o próximo momento de nervosismo da noite: a entrada (e estreia!) dos Jograis! Reunidos no camarim, eu, o Telmo, o Tiago, o Carlos e o Edu preparávamos a primeira intervenção, sempre abastecidos de um “calmante” (que só nós sabemos qual é! Mas funciona!!!). No entanto, no camarim reinava um silêncio ensurdecedor. Aquele silêncio que nos fala ao ouvido e diz: “A esta hora já não há nada a fazer. Divirtam-se!”. E assim foi. Divertimo-nos a fazer os Jograis. Estivemos em palco como se um convívio de sexta feira pós ensaio se tratasse. E esperamos que tenha resultado!

Então, viemos para baixo, até ao palco, para ouvir a atiTUNA a tocar. E que bem que soube! Foi a injecção de “calmante” que precisávamos! E então estreamo-nos!!

Por aqui ficariam todos os momentos de nervosismo e tensão da noite! A partir daqui tinha que correr bem. Só podia correr bem! E correu!!

A Tuna Universitária do Minho tocava e, enquanto aguardávamos nos bastidores (a seguir seria a nossa vez!) ouvimos chamar por nós: “Chamamos ao palco o Magister da Tuna Académica do Externato Infante D. Henrique, e o seu Relações Públicas, Abel Gonçalves e João Nascimento”. Deslocando-nos ao palco, deparamo-nos com uma atitude muito nobre dos nossos Padrinhos, que nos atribuiram, à semelhança do que já haviam feito com a camisa do traje quando nos apadrinharam, a capa do traje. A partir dali a Tuna Académica do Externato Infante D. Henrique carregaria uma responsabilidade ainda maior, atribuída pelos nossos Padrinhos, de quem muito nos orgulhamos! Aproveito para deixar uma palavra de apreço e gratidão ao Ricardo Mota (Magister) e ao Nuno Lima (Director) da Tuna Universitária do Minho, com quem tenho interagido nos últimos tempos (desde o FITU, onde também estivemos a convite da nossa Tuna Madrinha!), entre outros elementos, pois a sua colaboração, atenção e paciência foram, sem dúvida, alguns dos motivos que nos levaram a realizar um Festival com o sucesso que lhe foi reconhecido! Obrigado!


Foi um orgulho entrar em palco, a horas já tardias, e sentir o aplauso do público sem termos tocado ainda um acorde que fosse! Sentir que todos os elementos da Tuna tocavam cada nota do Instrumental de Vivaldi como se naquela época vivessem! Sentir as vozes e o movimento e contemplar a beleza de um Theatro Circo inesquecível e lotado durante a música Dezembro! (porque não cantamos sempre assim!?!? Eu sei, o Theatro Circo é mágico!)! Sentir a calma e tranquilidade durante o Gosto de Ti! Sentir a voz mágica da Dianita durante o Lela! Sentir que temos pandeiretas (e bons!) e a voz poderosa do Carlos n’ “O teu segredo”! Sentir o apoio e companhia dos antigos Tunos nos “Tunos do Infante” e na “Estudantina”! E, por fim, sentir que, àquela hora, os nossos amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos estavam insensíveis ao cansaço de uma noite longa, de pé a aplaudir-nos numa noite mágica!


Obrigado.

Foi verdadeiramente impressionante.


João Nascimento